18/09/10

Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro! (XXV - Comum C)

Que “mal” terá afinal ter dinheiro para que Jesus o coloque como principal adversário e feroz concorrente em relação a Deus?
Todos precisamos de dinheiro é um meio prático e indispensável para as trocas comerciais e para ter acesso aos bens necessários.
Haverá algum vírus de pecado no próprio dinheiro para que Jesus nos coloque perante este dilema: ou Deus ou o dinheiro!
Claro que não! O dinheiro em si, nem é bom nem é mau… apenas necessário!
Jesus apenas quer alertar para o risco que está na relação que estabelecemos com os bens materiais. O risco está trocar ou colocar em causa a relação uns com os outros e com Deus por causa do dinheiro! Esta séria advertência de Jesus tem apenas que ver com o uso que fazemos do dinheiro e o modo como o buscamos e adquirimos.
As leituras deste XXV domingo do tempo comum sugerem-nos esta reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a Palavra de Deus que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo imoderado de lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do “Reino”.
O dinheiro pode provir do trabalho honesto ou de negócios pouco claros. O dinheiro pode comprar o remédio que salva ou o veneno que mata… a economia pode fomentar sociedades mais justas e solidárias ou sociedades opressoras e desiguais… Os bens materiais podem ser partilhados com generosidade e alegria ou acumulados de forma egoísta. O perigo maior é quando a economia perde o coração… quando a sede insaciável de lucro máximo rouba a dignidade a outras pessoas.
Ainda há bem pouco tempo vimos pessoas lesadas por um banco que faliu… o dinheiro que parecia seguro e que dava segurança a estas pessoas desapareceu; como areia entre os dedos. O fundamento sólido de uma vida nunca pode ser um bem perecível e apetecível como o dinheiro. O fundamento sólido da nossa vida não poderá ser os bens mas o amor que temos uns pelos outros e partilhamos solidariamente uns com os outros.
Se aquilo que temos em bens materiais for a nossa única esperança e a única fonte de independência jamais seremos felizes porque a única segurança verdadeira consiste na reserva de Sabedoria, de experiência e competência. A nossa fonte de felicidade não pode estar naquilo que acumulamos e se torna rapidamente supérfluo. A nossa fonte de felicidade está em ter o essencial e somos capazes de colocar ao serviço…colocar a render para desta forma partilhar.
Pensemos bem… Será que aquilo que o dinheiro faz por nós não compensa o que nós fazemos por ele!?
Na segunda leitura S. Paulo faz-nos claramente o convite a não ficarmos fechados em nós próprios mas a preocupar-nos de forma empenhada com as dores e esperanças de todos os nossos irmãos. O cristão é aquele que se preocupa sempre mais em ser do que em ter… o cristão verdadeiro é aquele que consegue assumir de forma comprometida os valores duradouros do amor, da partilha e da fraternidade.

1 comentário:

Pelos caminhos da vida. disse...

Ontem fazendo a novena do Divino Pai Eterno esse texto seu foi o do evangelho.

Aproveitando para dar uma voltinha pela blogsfera e conhecer novos espaços, novas pessoas e porque não fazer novas amizades.

Fica aqui o convite para conhecer o meu blog, será um prazer te ver Pelos Caminhos da Vida.

Um gde abraço.

beijooo.