19/05/07

Justiça social onde moras?

Às vezes os números são somente números!
Escutamos tantos números com frequência na comunicação social que nem reparamos… Morreram 200 pessoas no Iraque… a percentagem de desempregados aumentou 10 por cento este semestre… faleceram 100 pessoas num atentado bombista na Palestina ou neste fim-de-semana perderam a vida 7 pessoas nas estradas portuguesas.

Hoje li esta notícia no JN… Delphi da Guarda vai despedir 700 pessoas! Neste caso o número é, para mim, muito mais que um número… São pessoas… pessoas que conheço! O Paulo, a Joana, a minha prima, o Nuno e a esposa… e tantos outros. Numa cidade de 30 000 habitantes a maior empresa empregadora avançar com o despedimento de 70 por cento do pessoal conduzirá irremediavelmente uma crise social grave que deve ser tida em conta por quem de direito.
Quando todos falam de crise eu prefiro ser optimista! Olhar para o futuro e acreditar em dias melhores. No entanto, convenhamos… o interior está mesmo a ficar deserto! As empresas fecham, as escolas também, as urgências e muitos serviços de apoio directo a quem mais necessita… Isto não é retórica!
Falar em “biliões” para aeroportos ou comboios de alta velocidade (para passar bem depressa no interior para nem ter tempo de olhar!) e esquecer os problemas sociais desta região é uma atitude nada humana e absolutamente nada moral.
Justiça social não pode confundir-se com simples concentração de serviços (por imperativo económico). Justiça social é somente estar onde é mais preciso… onde as PESSOAS precisam!

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